É bem comum em algum momento da infância a criança apresentar agressividade em seu comportamento. A criança pode apresentar este comportamento agressivo de uma hora para a outra, principalmente quando contrariada, pois ela ainda não tem maturidade emocional para se controlar e pode acabar explodindo. Algumas manifestam esta explosão chorando, outras, batem, mordem, chutam, dentre outros atos. A agressividade infantil está diretamente ligada à dificuldade de se expressar. Toda criança tem dificuldade em controlar suas emoções e os pais têm participação e papel fundamental tanto na causa, quanto na solução do problema. A maneira como isto é tratado em casa tem grande influência na expressão dos sentimentos pela criança. De modo geral, quanto maior for a tolerância à frustração, mais a pessoa pode se relacionar bem consigo mesma e com o mundo. Para a criança não é diferente, e os pais são parte essencial neste aprendizado.
De onde vem esta agressividade? Nem todas as crianças são naturalmente agressivas. Alguns fatores externos contribuem para isto, como observar ou conviver com a violência em casa ou em algum ambiente que frequenta no dia a dia, a forma e os níveis de frustração e raiva que ela sente e ainda, a culpa ou até mesmo orgulho que ela é estimulada a sentir após praticar a agressão. Ainda que os pais não agridam os filhos, se o casal briga demais, podem estimular a agressividade, pois os filhos se espelham nos pais, os amam e tendem a imitar os seus atos. As adversidades e as frustrações também são possíveis motivos para a agressividade. Possivelmente, crianças que passaram por situações muito difíceis, podem ou se isolarem ou partir para constantes agressões.
A boa notícia é que existem formas de superar este desafio. Primeiro é importante identificar o comportamento. As crianças estão sendo agressivas quando: Xingam, agridem os colegas e até mesmo a família, quebram objetos, unham ou mordem com a intenção de causar dor, maltratam animais, batem portas e chutam o que encontram pela frente. Então, como lidar com a agressividade infantil?
- Entenda o que está acontecendo – Descubra a raiz do problema. A agressividade infantil pode ser uma forma específica em que a criança está encontrando para extravasar sentimentos intensos e urgentes não percebidos.
- Tenha paciência e carinho – É importante lembrar que somos os adultos e estamos lidando com crianças que ainda estão em desenvolvimento e que, portanto, às vezes não entendem o que se passa e não tem ainda domínio de seus sentimentos e emoções. É necessário ter autocontrole emocional para não tomar medidas impulsivas que podem agravar o comportamento da criança. Mas, lembrando que, ter paciência não é ser conveniente a situação.
- Ofereça um ambiente tranquilo e acolhedor – A criança internaliza e imita o comportamento do outro, sendo a agressividade o resultado de sua identificação com o adulto ou da observação ao seu meio. É importante não naturalizar e nem incentivar as atitudes agressivas. Pais que usam a punição física para inibir comportamentos agressivos dos filhos também estão servindo como modelos agressivos. Por outro lado, a permissividade perante a agressão tem o mesmo efeito de uma recompensa. É necessário mostrar a criança que foi agredida por um colega, por exemplo, que o erro é do colega e que se ele agredi-lo de volta estará copiando um erro. É bem comum alguns pais ao temerem que seus filhos se tornem “submissos”, estimularem e reforçarem de forma positiva a violência e não é de forma alguma a saída para o problema. É muito importante que o ambiente acolha a criança e o adulto ajude-a a encontrar outras formas de obter o que quer e precisa sem ser agressiva.
- Estabelecer regras e limites – É preciso exercer autoridade para atuar sobre o comportamento agressivo infantil. O controle e a sua eliminação dependem da postura familiar quando coloca em prática estratégias saudáveis e firmes para administrar as diferentes situações. As crianças são capazes de entenderem os limites que lhes são colocados e é isto que precisa ser reforçado, sempre com firmeza e carinho. Reprovar com seriedade no mesmo momento em que acontecer a agressão e dizer que aquilo não é certo é uma das estratégias importantes de abordagem, além de privar a criança de algo que ela goste muito, para que entenda que suas ações negativas provocam também reações negativas.
Para finalizar, devemos refletir que neste caso, nossa função como adultos, sendo pais ou educadores, é de ensinar as crianças a utilizarem as palavras, expressando seus sentimentos e emoções, no lugar do corpo. Para isto, mais uma vez, devemos ser exemplo, expressando também através das palavras e jamais utilizando agressão para correção ou punição. Dessa forma, estaremos ensinando os nossos filhos a lidarem com seus conflitos através do diálogo. Não é fácil, mas com paciência, persistência, carinho e empatia, se torna possível o sucesso, além de conseguirmos um aprendizado que eles levarão para a vida toda.